Mercadante. Pouco antes do café da manhã com os senadores do PMDB, Lula se reuniu com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, num hotel de Brasília. O encontro foi mantido sob sigilo. A assessoria do Instituto Lula negou a reunião, confirmada pela reportagem. 
O ex-presidente está preocupado com os desdobramentos da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. De uma só vez, o empreiteiro atingiu as campanhas de Dilma, Lula e Mercadante. Não foi só: disse que Edinho Silva, então tesoureiro do comitê da reeleição e hoje ministro da Comunicação Social, teria ameaçado a UTC com o fim dos contratos na Petrobrás, caso não recebesse doações para a campanha. Todos negam as acusações. Em conversas reservadas, Lula defendeu mais de uma vez a substituição de Mercadante por Jaques Wagner, atual titular da Defesa, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que, na sua avaliação, não controla a PF. Ainda ontem, em Washington, Dilma foi questionada sobre o assunto e disse que não demite nem nomeia ministro pela imprensa.
Na segunda-feira, em reunião com deputados e senadores do PT, Lula afirmou que os petistas não podem ser ingênuos nem lavar as mãos diante do governo Dilma. “Não existe PT sem governo nem governo sem PT”, argumentou. Ele lembrou que até integrantes do Ministério Público admitiram que a Lava Jato pode chegar perto da eleição presidencial de 2018. 
“Todo vazamento é contra o PT. O que eles querem é ver Dilma e o PT sangrarem até lá”, afirmou Lula, diante da plateia petista. Com um discurso que contrariou pronunciamentos anteriores, o ex-presidente disse que o ajuste fiscal é “página virada” e que os petistas precisam divulgar as “realizações” do governo. 
“O Plano Nacional de Educação é muito bom. Só que ninguém conhece”, provocou Lula. “Nós precisamos olhar para a frente. Temos que esquecer esse discurso do ajuste e passar para a defesa do crescimento, da retomada do emprego e do controle da situação econômica do País”, emendou o líder do PT.
Fonte: MSN Notícias