As
mulheres que buscavam liberdade de expressão e o seu espaço na sociedade
patriarcal tornavam-se ameaças para o poder religioso em evidência na época da
Idade Média.
A
Igreja sabia que era preciso eliminar todos aqueles (a) que não pertencessem a
sua doutrina. Utilizando-se de artimanhas e acusações não verídica conseguia eliminar
as ameaças ao seu poder "bruxas, curandeiros, corpideiros" , eram
torturados e mortos sem um julgamento justo.
Vale
ressaltar que mulheres desta época utilizando-se do conhecimento do senso comum
buscavam muitas vezes ajudar a sociedade através de curas de certas doenças.
Além de situações que faziam parte do cotidiano tais como: nascimento, acasalamento,
geração, morte.
Situações
como esta citada logo acima entre outras deixavam a "Santa Amada
Igreja", aborrecida porque só ela era a detentora do poder cabendo todos
os procedimentos para chegar a "verdade absoluta".
As
histórias eram retratadas para amedrontar a sociedade psicologicamente desde a
sua infância para que houvesse punições em praças públicas sem piedade social.
Além de servir como exemplo para todos aqueles (a) que fosse ameaças para a
igreja.
Mulheres
com corpos definidos e sedutores que despertassem a cobiça e desejos
incontroláveis aos sexo masculino principalmente aos religiosos eram acusadas
de bruxaria e condenada a "fogueira santa". O sexo por ser considerado
um pecado perante a igreja era mais uma “prova” que tinham sobre as chamadas
“bruxas” da época. As bruxas supostamente copulavam com o demônio, dormiam com
ele, e faziam todo tipo de pacto com ele. Outra acusação eram as chamadas
“poções” em que ela misturava diversos itens, entre eles asas de morcego ou
recém-nascidos, em busca de poderes, como voar ou poder brincar com os
elementos da natureza.
Para
direcionar a culpa feminina na época a igreja utilizou-se do maior símbolo religioso do mundo a Bíblia Sagrada. Na passagem em Gêneses a mulher é
retratada como cúmplice de lúcifer, sendo utilizada como figura principal para levar o homem ao
pecado no Paraíso.
Na
sociedade patriarcal as mulheres eram vistas como inferiores em relação ao sexo
masculino e sujeitas a serem instrumentos do pecado persuadido pelos demônios
em busca de novas almas.
Em
Malleus Maleficarum as mulheres são acusadas
de canibalismo principalmente de crianças recém-nascidas. Os
instrumentos sedutores eram as danças, através das mesmas elas entravam no
mundo fantasmagórico para manterem relações intimas com os demônios.
Segundo
Jean Delumeau em sua História do Medo no Ocidente. Muitas vezes para conseguir
a confissão das mulheres acusadas de bruxaria era preciso tortura-las através
de instrumentos que seria impossível não assumirem a culpa independentemente de
ser culpada ou inocente. Instrumentos tais como: aquecimentos nos pés,
introdução de ferros nas unhas entres outras atrocidades utilizadas pela
igreja.
Para
o Historiador Pierre Pierrard na Idade Média o medo do desconhecido fazia parte
do cotidiano dos povos da época. Muitas vezes esses medos estavam presentes em
situações tais como: guerras objetivando a expansão dos territórios ou mesmo em
defesa dos já conquistados através de lutas sangrentas que muitas vezes poderia
levar-se o homem ao óbito. .
Já
na Idade Moderna os povos foram surpreendidos
por momentos de desesperos que
alastrou-se por boa parte do Continente
Europeu uma epidemia conhecida como
peste bubônica que expandiu-se dando origem a muitas mortes principalmente as
pessoas que viviam no campo. Muitos desses acontecimentos havia explicações das suas origens através das
superstições que tinham uma forte ligação religiosa.
A
expansão da pobreza em junção com a decadência do modo de vida do feudalismo
que não conseguiu acompanhar a expansão
populacional tendo em vista a escassez de alimentos levando o sistema para sua ruína.
Com as migrações dos povos para o centro urbano reacendeu-se histórias macabros
envolvendo o misticismo das bruxas que eram sempre as personagens principais do
medo populacional da época. Histórias místicas como devoradoras de cadáveres
após os sepultamentos para saciar os desejos alimentar.
Segundo
Michele as bruxas viviam excluídas da sociedade em contato direto com a
natureza. As pessoas as viam como perigosas e traiçoeiras que poderiam
lançar-se dos seus dons maléficos para causar a ruína de uma sociedade. Claro
muitas pessoas aventuravam-se nas florestas em busca dessas mulheres para
resolverem situações muitas vezes ligadas a casos amorosos.
Percebe-se
que desde a Idade Média o sexo feminino que vivia em uma sociedade hostil
lutava pelo seu espaço na história dominada por uma sociedade patriarcal. Vale
ressaltar que muitas mulheres consideradas sexo frácil levantaram a sua
"bandeira" em busca dos seus sonhos, porém pagaram um preço muito
alto, mas conseguirem acende-se historicamente em uma sociedade dominada pelo
sexo masculino.
Referencia:
ZORDAN, Paola Basso Menna
Barreto Gomes. Bruxas: figuras de poder.
Florianópolis, v. 13, n. 02, agosto
2005