Para Maquiavel nos bastidores das instituições públicas muitos gestores lança mão de dois conceitos chaves: virtu e fortuna. Este diz respeito à grande maioria dos homens, é a sorte, o destino a que estão determinados; e aquele é a excelência que poucos homens têm de previsão, capazes de fazê-los para manter o poder máximo possível e para isso podem matar, roubar, mentir, sem nenhum escrúpulo.
Em relação ao funcionalismo desobedecer as ordens dos poderosos é sofrer futuras sanções dentro das instituições e as vezes os caminhos mais seguros para seguir é fechar os olhos para os fatos e fingir de morto ou desentendido, tal constrangimento, ainda que sejam usados por todos os políticos de todos os tempos.
"É difícil não reconhecer a crescente desilusão com as instituições políticas, as inconsistências e alianças partidárias exóticas, os desvios na trajetória representativa, entre outros aspectos, vistos como uma afronta à modernidade e ao ideal liberal. A propósito, na obra O moderno príncipe: Maquiavel revisitado, seu autor, o diplomata e cientista político Paulo Roberto de Almeida, assinala que "(...) A demagogia, já sabemos, é o mais recorrente meio utilizado por aqueles que, carentes de outras virtudes administrativas e pessoais, desejam ascender ao principado". De certo modo, esse cenário nos é peculiar"*
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