Na Bahia, a separação é a principal causa de violência contra a mulher.

 

No dia 11 de janeiro, uma mulher de 28 anos, identificada como Tamara Idizio Feitosa, foi assassinada a tiros pelo ex-marido na presença da filha de 10 anos. O delito, ocorrido em Barreiras, no Oeste da Bahia, foi impulsionado pela insatisfação do agressor com o término do relacionamento. Embora chocante, o caso não é único. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a separação é a principal causa de violência contra a mulher no estado.

A violência psicológica representa 42,82% do total. Ela se distingue por manipulações, domínio, ameaças, isolamento social imposto pelo parceiro, além de outras formas de intimidação. Em geral, o vínculo da vítima com o agressor é repleto de afeto (86,12%).

A casa, que teoricamente deveria ser o ambiente mais seguro, é o que mais apresenta riscos para as mulheres (64,34%). A maioria dos episódios de violência contra elas acontece em casa, principalmente durante a noite (44,99%). Em geral, os fins de semana e feriados são uma desgraça. Segundo a desembargadora Nágila Maria Sales Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher no TJ-BA, em plantões de finais de semana, as mulheres representam a maioria das vítimas.

Em alguns casos, as situações não são fatais, mas são tão sérias que são encaminhadas diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva. "Penso que o consumo excessivo de álcool e drogas também contribuem para tudo isso", destaca a juíza.

A maioria das agressões contra as mulheres é praticada com armas brancas (85,98%), ou seja, objetos cortantes e perfurantes, como facas e tesouras. Por exemplo, na última terça-feira (4), uma mulher de 22 anos foi atacada com um facão pelo ex-parceiro de sua mãe, que não aceitava o término da relação. Juliana da Luz foi atingida no pescoço, braços e cabeça, mas conseguiu sobreviver e está em boa condição de saúde.

Lanai Santana, docente do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (PPGNEIM – Ufba), argumenta que a prevenção de situações de violência de gênero pode ser feita ao observar os sinais de alerta e implementar ações.

Dentre as ações, é essencial reforçar a rede de suporte e proteção para as mulheres que sofreram violência, incentivar a sensibilização e a instrução acerca da igualdade de gênero e da não violência, estabelecer políticas públicas efetivas para prevenir e combater a violência contra as mulheres, além de incentivar o envolvimento ativo da sociedade civil e das comunidades na batalha contra a violência.

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