O jornalista Léo Batista, a voz inconfundível da televisão brasileira, faleceu aos 92 anos.

 

A voz inconfundível da televisão brasileira agora descansa em paz. Faleceu neste domingo (19), aos 92 anos, o jornalista e apresentador João Baptista Belinaso Neto, mais conhecido como Léo Batista, vítima de um câncer pancreático. Ele estava hospitalizado no Hospital Rios D'Or, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde 6 de janeiro, com um quadro de desidratação e dor abdominal.

Nascido em 1932, na cidade de Cordeirópolis (SP), Léo Batista esteve presente em momentos memoráveis da sociedade brasileira durante quase oito décadas de sua trajetória profissional. Por exemplo, ele foi o primeiro jornalista a reportar o suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 1954, na Rádio Globo. Quatro décadas mais tarde, a TV Globo noticiou o falecimento de Ayrton Senna horas depois do acidente em Ímola, Itália.

O botafoguense Léo Batista, ao longo de mais de 50 anos de carreira na TV Globo, tornou-se um ícone do esporte. Ele cobriu Copas do Mundo, Olimpíadas, corridas de Fórmula 1, apresentou os programas mais importantes do canal e até colaborou com uma zebrinha ao anunciar os resultados da loteria esportiva no Fantástico.

Léo Batista, mesmo após ser hospitalizado, continuou a trabalhar para a emissora onde prestou serviços por 55 anos, desde 1970. Separado de Leyla Chavantes Belinaso, a Dona Leila, que faleceu aos 84 anos, em 2022, ele se casou novamente.

Inquieto, não conseguia conceber uma vida onde não pudesse realizar seu trabalho, pensamento que era evidente para todos que o encontravam nos corredores e camarins da Globo. "Eu acredito que se ele sair do ar, ele morre", declara Alex Escobar na série "A Voz Marcante", que narra a trajetória de Leo e tem direção de Kizzy Magalhães. Até o meio de 2024, o nonagenário ainda liderava um programa no Globo Esporte e visitava a sede da emissora duas vezes por semana.

"Estou prestes a completar 92 anos, sendo 76 deles dedicados ao jornalismo, e continuo a apreciar muito o que faço", afirmou Seu Léo, como é conhecido nos corredores da Globo, durante o lançamento do documentário.

Continuo a trabalhar, pois a televisão me possibilita manter-me envolvido no esporte. Enquanto me der essa vitalidade e eles permitirem, prosseguirei. Estou decidido a continuar realizando isso. Não sei quanto tempo mais Deus me concederá de vida, mas estou em excelente estado de saúde e desejo seguir fazendo o que me dá prazer.

Batista iniciou sua carreira como locutor do serviço de alto-falantes de uma praça em Cordeirópolis, no interior de São Paulo. Ele atravessou a "era de ouro" do rádio e se arriscou na televisão, numa época em que a televisão estava apenas começando e ainda era vista com desconfiança. Na televisão, consolidou-se como um dos mais proeminentes nomes do jornalismo da Rede Globo.

Enquanto atuava em Cordeirópolis, chamou a atenção do ex-parlamentar Domingos Lot Neto, proprietário da recém-inaugurada Rádio Clube de Birigui, onde iniciou sua carreira. Posteriormente, atuou na Rádio Difusora de Piracicaba, narrando diversos jogos do XV de Piracicaba. Apesar de trabalhar em uma emissora do interior, cobriu a Copa do Mundo de 1950 no Rio de Janeiro, para onde se mudaria em 1953, contratado pela Rádio Globo.

Foi ele quem, à frente do programa O Globo no Ar, noticiou o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954. Um ano mais tarde, seu espírito aventureiro o fez se aventurar na televisão, que ainda estava em seus estágios iniciais. Ingressou na TV Rio, onde comandou o Telejornal Pirelli, um rival do prestigioso Repórter Esso, da TV Tupi.

Fonte: Correio da Bahia

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